Socióloga vegana é contra os biscoitos em formato de animais, porque alimentos no formato de bichos destacam a 'supremacia humana'

Jan 29, 2020 by apost team

Atualizado no dia 30.04.2021: O título foi alterado para uma melhor compreensão, links para informações, fontes adicionais, e mais contexto, foram adicionados e o texto atualizado.

Por causa do poder das redes sociais, o veganismo é um movimento que não para de crescer. Diversas pessoas em todo o mundo decidiram mudar seu estilo de vida para um diferente, baseado nas plantas. Com esse espírito, ativistas da PETA (organização não-governamental que luta pelos direitos animais e combate quaisquer práticas abusivas de exploração e maus-tratos) fizeram lobby para que a Nabisco (popular marca de salgadinhos, biscoitos, outros petiscos) mudasse a embalagem de seus biscoitos de animais. Em 2018, a PETA teve sucesso ao exigir que o design exibindo animais de circo fosse atualizado.

De acordo com a Vegan Society, "o veganismo é uma filosofia e um estilo de vida, que visa excluir—o tanto quanto for possível—todas as formas de exploração, e crueldade, contra os animais para alimentação, vestuário qualquer outro propósito; e por extensão, promove o desenvolvimento e o uso de alternativas sem origem animal, para o bem-estar dos animais, dos humanos, e do meio ambiente em geral. Em termos dietéticos, denota a prática de dispensar todos os produtos derivados, total ou parcialmente, de animais."

A socióloga vegana, Dra. Corey L. Wrenn, tem uma visão bem crítica sobre um dos petiscos favoritos de todos, que vem sido desfrutado muito há décadas: os biscoitos em forma de animais. Em uma das suas postagens, ela disse: "Os sociólogos são críticos do simbolismo problemático em produtos destinados ao público infantil, pois [eles] socializam as atitudes de primazia humana e normaliza a distinção não-humana.

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A Dra. Wrenn é uma socióloga americana, especializada em estudos humano-animais e estudos veganos, atualmente ela é professora na School of Social Policy, Sociology, and Social Research (Escola de Política Social, Sociologia, e Pesquisas Sociais) da Universidade de Kent. Ela é também a co-fundadora da International Association of Vegan Sociologists (Associação Internacionais de Sociólogos Veganos). Anteriormente, ela foi uma membro do conselho em uma seção da American Sociological Association’s Animals & Society (2013-2016).

Em 2018, a PETA conseguiu convencer a Nabisco a mudar o design das embalagens dos biscoitos de animais, que costumava exibir animais presos em jaulas, como seriam vistos em um circo. O novo design das caixas retratam animais vagando livremente em paisagens africanas. De acordo com o New York Post, a porta-voz da PETA, Tracy Reiman, expressou sua aprovação das novas embalagens. Reiman disse ao New York Post: "A nova caixa dos biscoitos Barnum's Animals refletem perfeitamente que nossa sociedade não tolera mais enjaulamento e acorrentamento de animais selvagens para shows em circos."

Veganos e defensores dos animais em todo os Estados Unidos se manifestaram à favor na rede social depois que a Nabisco mudou o design de suas caixas. A mudança nas embalagens acabou recebendo algumas críticas também. Algumas pessoas alegam que essa mudança força a Nabisco e a PETA a gastarem muito tempo e dinheiro no simbolismo da caixa de biscoitos quando esse esforço poderia estar sendo direcionado para questões mais urgentes sobre crueldade contra os animais. Porém, a Mondelēz International, companhia da qual a Nabisco é subsidiária, deu a sua própria declaração sobre a mudança. Jason Levine, diretor de marketing da Mondelēz na América do Norte, disse: "Quando a PETA entrou em contato para falar dos [biscoitos] Barnum's, nós vimos que essa era outra grande oportunidade de continuar mantendo essa marca moderna e contemporânea."

Embora a PETA tenha apenas recomendado a mudança na embalagem, a Dra. Corey Wrenn adicionou seu próprio ponto de vista sobre o assunto. Em seu ensaio, "New Package, Same Old Problem: Animal Crackers and Veganism," (Novas Embalagens, Velhos Problemas: Biscoitos de Animais e Veganismo) ela alega que o próprio formato dos biscoitos promove uma ideologia que não pode ser resolvida apenas com a mudança da embalagem. Ela escreveu: "No caso dos biscoitos de animais... Animais Não-humanos são intencionalmente visíveis. Os biscoitos de animais são, como resultado, funcionais em sua capacidade de socializar as crianças com ideologias de dominação humana. O consumo de biscoitos de animais reitera às crianças o seu acesso privilegiados ao mundo natural e quaiquer subordinados que nele vive. Ao ser capaz de "coletar" animais, pegá-los, manuseá-los, e eventualmente, comê-los, as noções de supremacia humana são destacadas."

Algumas pessoas disseram que podem restar pouquíssimos alimentos se para consumo se essa lista de restrições continuar crescendo.

É claro que existem muitas opiniões divergentes sobre o assunto. Algumas pessoas acreditam que essas ações terão um efeito positivo, porque as crianças serão menos propensas a achar que os humanos deveriam colocar animais em jaulas apenas pelo entretenimento. Porém, outros ficaram tristes ao ver a mudança da embalagem tradicional. De qualquer forma, a marca mudou sua embalagem, e a nova versão veio para ficar.