Pais e professores querem trazer de volta aulas de Economia Doméstica para ensinar habilidades básicas de vida aos jovens

Jan 08, 2020 by apost team

De geração em geração, os currículos escolares foram sendo alterados lentamente, excluindo habilidades gerais para a vida para dar lugar a estudos acadêmicos cada vez mais avançados. Porém, isso deixou uma enorme lacuna na forma como a Geração Z e a Y lidam com a vida, em contraste com a Geração X e os chamados "Baby Boomers". Agora, em muitos locais, mas especialmente nos Estados Unidos, as "aulas para formar adultos funcionais" estão reaparecendo, o que nos faz questionar: "Será que a educação é tão avançada assim, se os graduados não conseguem costurar um simples botão em suas calças?".

Quão prática é a educação hoje?


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Muitos dos jovens adultos da Geração Y podem fazer contas matemáticas usando o Teorema de Pitágoras ou fazer uma bela redação sobre temas variados, mas não conseguem trocar a resistência do chuveiro. Um número recorde de pessoas dessa geração tem diplomas de ensino médio e de universidades, possuindo um elevado nível de conhecimento acadêmico. No entanto, quando se trata de habilidades gerais necessárias para a vida, a maioria admite que tem uma deficiência.

Uma professora universitária de matemática recentemente teve que alterar o currículo da matéria para incluir certos fundamentos básicos porque seus alunos não sabiam que a compra de uma propriedade envolve também o pagamento de impostos sobre a mesma. É algo que acontece com educadores de todos os níveis.

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Os professores não foram os únicos que notaram como essa geração tem um déficit em habilidades básicas. Muitos pais têm queixas sobre como as coisas que seus filhos aprendem na escola não são práticas. A capacidade de resolver um problema matemático complexo pode ser impressionante numa entrevista de emprego na NASA, mas não é tão útil para um universitário tentando descobrir como lavar a própria roupa suja ou cozinhar a própria refeição.

As escolas não estão ensinando tais habilidades às crianças hoje de em dia. As matérias não abordam habilidades básicas de tarefas e gestão domésticas, que são fundamentais para o dia a dia de qualquer pessoa. Poucas são as escolas e universidades que oferecem tais aulas como eletivas e são raras as instituições que as exigem para a obtenção do diploma.

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As gerações anteriores pelo menos tinham a opção de ter aulas de costura, jardinagem, lavanderia, nutrição, saúde, oficina de automóveis, marcenaria, economia e gestão de finanças. Não é de se admirar que um número cada vez maior de jovens adultos não tenham dinheiro algum guardado, de acordo com a CNBC, sejam os maiores consumidores de alimentos industrializados, e geralmente não tenham a mínima ideia de como tocar o óleo ou o pneu do carro.

Embora muitas pessoas achem que é responsabilidade dos pais ensinar aos filhos tais habilidades fundamentais para a vida, a Geração X está sobrecarregada de trabalho e, de acordo com as estatísticas, precisa gastar tudo o que recebe para sobreviver. Uma das grandes razões para isso é que é preciso financiar as ambições acadêmicas e o estilo de vida da geração seguinte, incluindo o fato de que a Geração Y fica mais tempo sob o teto dos pais e não tem muita ambição de comprar uma casa e começar a própria família, de acordo com o ABC Finance. Pais, educadores e, consequentemente, os próprios jovens focados em uma educação formal estritamente acadêmica resultam em uma geração despreparada para sobreviver ao mundo real.

Para além das competências de gestão doméstica e financeira, falta à geração o conhecimento básico sobre como interagir com outros humanos e a comunidade em geral a um nível básico, olho no olho. Eles sabem como ouvir música e assistir filmes online, mas, sendo a maior parte da comunicação realizada no mundo virtual, não têm a menor idéia de como manter uma conversa em uma entrevista de emprego.

O currículo deve ser mudado?


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Matérias como gestão doméstica, por exemplo, servem para ensinar aos jovens essas habilidades essenciais para a vida, como cozinhar, limpar, fazer e seguir um orçamento, administrar o tempo, preparar-se para entrevistas de emprego, e até mesmo comunicar-se com os outros. Em suma, prepara-os para o que eles possam se tornar adultos independentes. Os pontos fracos e fortes de cada um são identificados desde cedo para que possam ser desenvolvidos e encorajados em um ambiente controlado, e não quando elementos da vida real, como dinheiro, oportunidades de trabalho e relacionamentos, estejam realmente em jogo. O resultado é um maior número de jovens adultos mais informados, auto-suficientes e confiantes, preparados para tomar decisões financeiras, de emprego, saúde e relacionamentos, com efeitos benéficos e duradouros ao longo de suas vidas.

É claro que a teoria é extremamente importante, mas o sistema educacional está cometendo uma grave injustiça às novas gerações quando deixa de oferecer aulas de competências práticas, necessárias para enfrentar na vida quotidiana.

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O que você acha? Deveriam ser incluídas matérias de habilidades de vida na escola? Você vê essa diferença de geração para geração sobre como lidar com a vida? Deixe um comentário com a sua opinião e não se esqueça de compartilhar este artigo com seus amigos e familiares para ver o que eles pensam.