Pessoas que conversam com seus animais de estimação são mais inteligentes

Jul 06, 2018

Se você tem um animal de estimação, provavelmente conversa com ele com frequência. Pode ser que você fale com ele como falaria com qualquer pessoa. Você lhe deseja boa noite, pergunta se ele tem sede ou se ele quer passear. É quase como se esperasse que seu bichinho fosse responder. Se você conversa com seu animal, ou animais, do mesmo jeito que fala com humanos, as pessoas podem olhá-lo de forma estranha. Elas podem perguntar se você está doido ou o acharem esquisito por causa desse hábito. Talvez elas já tenham feito você se questionar do porquê faz isso afinal. Por que você prefere conversar com seus bichos do que com outros humanos? Será que você é realmente doido?

Não se preocupe. Sua tendência a conversar com seus animais, plantas ou outros objetos inanimados não é algo estúpido. Na verdade, é um sinal de sua grande capacidade intelectual. O ato de conversar com seus bichos de estimação é parte de um termo denominado antropomorfização. A antropomorfização é quando damos emoções, traços ou intenções humanas a objetos ou seres vivos que não são humanos.

Nicholas Epley, o professor de Ciência Comportamental da Booth School of Business, da Universidade de Chicago, é um especialista em antropomorfismo e afirma que "Historicamente, a antropomorfização tem sido tratada como um sinal de infantilidade ou estupidez, mas é, na verdade, um subproduto natural da tendência que torna os humanos unicamente inteligentes neste planeta".

apost.com

Esse termo abrange o ato de ver conceitos não humanos como humanos. As crianças fazem uso da antropomorfização com muita frequência e nós achamos isso fofo e curioso. Contudo, quando os adultos fazem o mesmo, muitas pessoas tendem a achar esse hábito esquisito. Especialistas no assunto agora dizem que perceber traços humanos em objetos e seres não humanos é, na realidade, um sinal de inteligência superior.

Umestudo feito na Universidade de Harvard, em 2011, intitulado “Cuteness and Disgust: The Humanizing and Dehumanizing Effects of Emotion” (Fofura e nojo: os efeitos humanizadores e desumanizadores da emoção), apresenta uma visão sobre esse assunto. Fotografias de animais adultos e de filhotes foram mostradas a um grupo de pessoas. A maioria dos participantes escolheu os filhotes. Depois, afirmaram que dariam a eles nomes "humanos" tradicionais e que, se fossem donos desses animais, conversariam com eles como conversam com pessoas.

Embora dar nomes a animais e objetos seja a forma mais popular de participar da antropomorfização, há mais formas de fazê-lo. Você também está tomando parte nesse ato se dá atributos humanos aos seus animais. Chamar o seu gato de seu "bebê" ou seu cachorro de um "bom garoto" não é estranho, é apenas uma demonstração da sua inteligência.

Não é um segredo que o cérebro humano é um mistério complexo que ainda precisa ser decifrado. Todas as pesquisas que já fizemos mal tocaram no topo do iceberg no que se refere às capacidades do nosso cérebro. Mas tudo indica que identificar características humanas em objetos inanimados, como em carros ou bonecas, é um sinal de que o cérebro está sendo usado de forma criativa.

Além de ser uma demonstração de inteligência dos humanos, o antropoformismo também impacta positivamente os animais de estimação. Pesquisas mostraram que se você conversa com seus bichos, eles aprendem a diferenciar certas palavras e se lembram de determinados gestos que você faz. Animais como cães e gatos têm sido nossos companheiros por séculos e evoluíram de acordo com as formas pelas quais os tratamos. Quando você conversa com seus cachorros, eles aprendem a entender palavras e sentimentos associados a elas. Gatos não têm a capacidade de compreender palavras tanto quanto cães, mas eles conseguem entender o seu tom de voz, assim como comandos simples.

Os humanos tentam antropomorfizar objetos por três razões. Às vezes, o objeto parece ter um rosto. Por vezes, queremos ser amigos do objeto. E, outras vezes, ficamos curiosos em relação ao seu comportamento. Compreendendo essas três necessidades primordiais que nos levam ao antropomorfismo, percebemos por que esse hábito é vital para a sobrevivência e a inteligência dos humanos.

Nosso cérebro mostra sinais de confusão quando vemos um objeto inanimado que possui olhos porque tentamos racionalizá-lo como sendo humano. Se você colocar olhos de plástico em seu fogão, vai começar a querer conversar com ele ou dar-lhe um nome. Isso não significa que você é louco ou que está delirando, mas sim que, como mostrado por estudos científicos, está em nossa natureza tentar criar laços de amizade com tudo o que pudermos.

Portanto, não se preocupe. Seu hábito de falar com seus animais de estimação é um fenômeno natural e é muito normal. Não há nada de errado com você! Seu cérebro está funcionando adequadamente e antropomorfizando. Na verdade, é possível que você seja mais inteligente do que as pessoas que não conversam com animais.

Você conversa com seus bichos? Alguém já o chamou de esquisito por causa disso?